O texto abaixo foi extraído da introdução do livro "A Divina Proporção: um ensaio sobre a beleza na matemática", de H. E. Huntley, e traz algumas advertências para jovens que tencionam se especializar em matemática.
"Se você pretende seguir carreira na matemática, pura ou aplicada, quer seja na indústria, na pesquisa ou na docência, deve estar consciente de que, embora possa haver para você uma recompensa infalível e duradoura nessa atividade – o prazer da atividade criadora –, erguem-se certos obstáculos desencorajadores, dos quais quatro podem ser mencionados resumidamente.
1. A capacidade de árdua concentração mental é uma condição sine qua non. Você pode descobrir que tem de conviver com um problema dia e noite durante semanas, dando tudo que tem de recurso mental a fim de solucioná-lo: nada de inspiração sem transpiração;
2. Seus maiores esforços podem ser infrutíferos. A despeito do excessivo dispêndio de tempo e habilidade, o resultado pode acabar sendo nulo. Desapontamento, frustração e quase desespero são experiências comuns aos matemáticos sérios;
3. Você pode ficar solitário. Quase ninguém apreciará o seu trabalho, porque poucos serão capazes de entendê-lo;
4. Os resultados que você efetivamente obtiver sempre parecerão desproporcionalmente mais parcos em comparação com os esforços enviados para produzi-los: 'a montanha pariu e gerou um camundongo'.
Em uma carreira na matemática, o único caminho certo para a satisfação é cultivar assiduamente a apreciação estética da disciplina. Este prazer não desaparecerá, mas aumentará com o exercício."
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